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Frustração e Autismo

Existem alguns assuntos que costumam ser tabus e com o autismo não é diferente. Mesmo numa conversa entre pais de crianças no espectro é possível perceber que alguns assuntos são "velados" e um deles é a frustração.


Muitos pais não querem falar sobre o tema pois têm medo de serem repreendidos ou por parecerem 'ingratos' ou 'reclamões'.





A frustração começa pela falta de conhecimento. Quando descobrem que possuem um filho com TEA, eles se vêem sem saber como agir ou quem procurar. Não conhecem as características no autismo e nem como ajudar sua criança. A frustração vem por não saber que caminho seguir.


Em seguida, a frustração se apresenta no dia a dia com a falta de controle. A criança pode apresentar determinados comportamentos que, por mais que eles insistam em mudar, continuam a aparecer.


Em um fórum americano chamado 'Autism Support Network', uma mãe levantou esta questão e pais de todo o mundo compartilharam suas experiências. Abaixo listamos algumas:


- "A falta de atenção me deixa frustrada. Sempre tento fazer atividades, brincar, apresentar coisas... estímulos não faltam. Meu retorno é sempre um olhar em branco, por mais que eu tente insistir e diversificar."


- "Às vezes eu preciso insistir durante uma hora para que minha filha beba um copo de água. Ela dorme muito pouco, fazendo com que eu também precise permanece acordada. Quando alguém está falando por perto, não importa quem, ela grita a plenos pulmões para que fiquem quietos."


- "Tenho um filho e uma filha com autismo. Ele precisa de muita insistência para comer. No caso dela, travamos uma verdadeira batalha para usar meias e calçados. Mesmo comprando sapatos lúdicos (que ela mesma escolhe), ela não gosta de usá-los. Quando chega na escola e em outros ambientes, a primeira coisa que ela faz é tirá-los e depois não se lembra onde colocou. Perdemos-os com muita frequência."


- "Meu filho já tem 18 anos. Ele mastiga e rasga todas as suas camisetas. Preciso sempre comprar novas e, em um dia, elas já estão cheias de buraco. Ele também tem um dinossauro de brinquedo que precisa o acompanhar em todos os lugares desde que era pequeno."


- "Ensinar coisas de raciocínio lógico são extremamente complicadas. Meu filho fala e brinca bem, mas não consegue fazer uma conta de 2+1. Tentamos com números, objetos, histórias... é realmente difícil".


Estas são apenas algumas das dezenas de histórias, mas ilustram muito bem o cotidiano dos pais e como a frustração está presente.


Este sentimento vem da necessidade que sentimos de completar e atingir nossos desejos e objetivos, por mais diversos que sejam. Quando encontramos barreiras neste processo, lidamos com a frustração.


Familiares, professores e demais precisam entender que, na convivência com o autismo, a frustração estará presente com frequência e, muitas vezes, o melhor que podemos fazer é aceitá-la. Se este sentimento é grande demais e você não está conseguindo lidar com ele, procure uma ajuda profissional. Não é só a pessoa com TEA que precisa de acompanhamento. Ter o auxílio de um terapeuta pode ajudar você a lidar melhor consigo mesmo e com toda a situação.

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